Portugal estava finalmente a entrar naqueles que, posteriormente, seriam descritos como os "anos de ruptura" ou "anos de mudança"[1].
Foi a partir daí que se estabeleceu uma nova classe média, e com ela novos hábitos de consumo. Apareceram os novos bairros, os snack-bars - Noite e Dia, Vá-Vá, Pic-nic - e novas revistas. Iniciava-se, devagar, uma década de consumo. E com a música abriram as discotecas como a Grande Feira do Disco, que "não se limitava à edição nacional. Possuía a sua própria etiqueta - Marfer - e representava e importava muitas outras. Foi criada em 1960 por José Barata, irmão do Barata da Avenida de Roma (Lisboa), onde a malta encontrava os livros, as revistas e até os discos proibidos. O Barata tinha-os sempre escondidos debaixo do balcão à espera do cliente certo. Tinha lojas no Porto, Coimbra, Viseu, Alcobaça e Cascais"[2].
Seguiram-se, ao longo da década, muitas outras, como a Discoteca Compasso, Universal, Frineve, Sinfonia, a "boutique do disco" Sol & Dó e, já na viragem da década, a Valentim de Carvalho. Ainda assim, os discos tinham de ser importados e demoravam mais de seis meses a chegar se não fossem confiscados entretanto. Restavam, para alguns, as pen-pals que conheciam nas estâncias balneares.
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