Introdução
A história começa quando, ainda na década de 50, num país quase totalmente isolado e alheio a novidades exteriores, através do escuro do cinema, uma nova música se consegue insinuar: Rock ‘n’ Roll.
Então ignorada ou tida como brincadeira de miúdos, a década seguinte viria a revelar o contrário quando, através de múltiplas metamorfoses - Twist, Yé-Yé, Beat, Pop, Psicadélica e Progressiva -, a música feita por jovens conseguiu passar a ser considerada arte, entretenimento, e até mesmo ameaça política e social.
Histórias esquecidas de um país que nunca levou a sério a música, este artigo - originalmente publicado no catálogo da exposição “Nova Vaga” que esteve patente na Galeria da Câmara Municipal do Montijo em 2008 e que agora reproduzo com algumas correcções - pretende ser um breve panorama desses primeiros quinze anos de Rock 'n' Roll em Portugal.
Como tal são dignos de menção tanto os grandes eventos como as experiências pessoais, tanto as “principais” bandas como as de “menor relevo”. Desde os lisboetas Sheiks que conseguiram voar até Paris, aos Morcegos, de Olhão que conseguiram ir à capital participar no Grande Concurso de Yé-Yé do Teatro Monumental, passando pelos agrupamentos formados em terreno de guerra, como Os Kapas. Uns melhores, outros piores, o que interessa, e citando o mítico Victor Gomes, é que o som das guitarras eléctricas tenha ferido os ouvidos, "o público necessita-o. Aí está o interesse, o belo, o maravilhoso da música moderna."[1].
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