Lenta e timidamente, começaram então a surgir os primeiros rockers, rockabillies e teddy-boys em Portugal. Imitando os comportamentos americanos, as maneiras de vestir e de pentear, cedo começaram também a imitar a música e a fazer conjuntos. Os Conchas, Daniel Bacelar, Joaquim Costa e os seus Rapazes da Estrela, Os Babies, Zé Manel Silva também conhecido como Baby Rock, Conjunto Pedro Osório, Armindo Rock, Tigres do Calipso, foram alguns dos nomes que nesta segunda metade da década de 50 fizeram um país ouvir o que se passava lá fora e que a rádio e as revistas não queriam mostrar. Tocando e cantando em associações e colectividades e jardins públicos – da Estrela, do Campo Grande e do Estoril -, apesar de raramente serem levados a sério, ainda assim alguns conseguiram tocar em alguns programas de variedades na rádio, como o "Ouvindo as Estrelas" ou "Visitas de Domingo".
Mas da parte de editoras discográficas não houve qualquer investimento e os registos discográficos desta época são escassos, aventuras ou investimentos de uns poucos. Assim, da década de 50, hoje restam apenas um acetato de Alfredo Laranjinha e um de Joaquim Costa. Datado de Agosto de 1959, é este último tido como o primeiro registo fonográfico de Rock ‘n’ Roll existente em Portugal[1]. As duas músicas, Tutti Frutti e Rip It Up, versões de dois dos maiores êxitos americanos da altura, demonstravam simultaneamente a apetência de alguns pelo novo e diferente, bem como o que se fazia ouvir por cá: Bill Haley, Elvis Presley, Little Richard, Gene Vincent e Chuck Berry.
[1] Reeditado pela Groovie Records / Meteorito, Lisboa, 2007, GRO 006/MD 001. Para mais informações sobre Joaquim Costa ver o insert que acompanha o disco.
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