Mas o Rock 'n' Roll era mais do que um estilo de música. Era um estilo de vida, "era festa, era alegria, juventude"[1]. Despreocupado, por outro lado, revelava também a iliteracia dos jovens e a incapacidade de compreender outras línguas e, consequentemente, a essência de rebeldia desta novidade. Algo que, de resto, se vai traduzir sobretudo na inocuidade da maioria da música rock da geração seguinte.
Ainda assim, no Verão de 1959 assiste-se a um momento único de rebeldia "sem" causa associado imediatamente a este novo género musical. Nas zonas balneares de Sintra e Cascais um grupo de teddy-boys provoca desacatos, fura pneus, atira garrafas partidas para dentro de piscinas, expõe-se em cenas de nudez e é responsável por agressões físicas. Justa ou injustamente, a partir daqui qualquer acto de vandalismo passava a ser associado a teddy-boys e alguma animosidade foi conferida ao Rock 'n' Roll...
Mas Portugal não era só ponto de chegada mas também ponto de partida. A emigração, realidade portuguesa sobretudo a partir da década de 40, espalhava portugueses pelo mundo, mesmo além do território do império. Ainda nos anos 50, um jovem Victor Gomes dá então os seus primeiros passos em Angola e Moçambique, e é rapidamente eleito o Rei do Rock 'n' Roll. Nos Estados Unidos um "rockabilly cult cat" de nome Joe S. Alves grava dois singles em 1957, sob o nome de Portuguese Joe onde toca acompanhado pelos Tennessee Rockabillys. Personagem obscuro sobre ele, ainda hoje, nada se sabe. Victor Gomes, por seu lado, iria marcar a década seguinte e conseguir o seu lugar na história da música em Portugal...
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