segunda-feira, 21 de abril de 2014

Os Anos Yé-Yé (1965-1966): Parte 9



Apesar do sonho comum de qualquer jovem ser o de um dia ir à televisão, esta pouco mostrava o que estes queriam ver. A R.T.P., pouco atenta, só em 1965 é que emite um programa inteiramente dedicado à "música moderna". Com o nome de Ritmo!, apresentado Henrique Mendes este programa contou com a presença dos Sheiks, Duo Ouro Negro, Victor Gomes, Ekos, Conjunto Académico João Paulo, Fernando Conde assim como Shegundo Galarza, Victor Campos e o seu Conjunto, Conjunto Mário Simões, Conjunto Eugénio Pepe que se adaptaram aos "ritmos modernos nova vaga". 




Ocasionalmente os conjuntos eram convidados para participar em programas de variedades ou juvenis. Apenas em 1968 apareceria o Discorama


sábado, 19 de abril de 2014

Os Anos Yé-Yé (1965-1966): Parte 8



Se o concurso do Monumental deu a conhecer ao país quase uma centena de conjuntos que na sua maioria eram praticamente desconhecidos para além das suas localidades, houve muitas outras que não concorreram mas que chegaram as páginas das revistas. 

 Foi o caso dos Deltons de Lisboa, Os Corsários de Viseu, Conjunto Rearte da Ilha Terceira, Os Elans de Chaves, Os Dardos do Barreiro, Os Infernais de Faro, Os Falcões de Almada, Os Harlem da Régua, Os Dinâmicos do Funchal, Os Flechas, Os Neutrões de Lisboa, os Pop´s de Coimbra, Os Lynces, de Vieira de Leiria, Os Fífias dos Açores, os Telfam da Sertã, os Dundees do Cacém, The Leaders, os G.B.4, Ibéria, entre outros dos quais há a destacar as Pops um conjunto feminino, algo raro, ou mesmo único, na altura.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Os Anos Yé-Yé (1965-1966): Parte 7



Quase à semelhança deste, mas mais abrangente em termos de géneros musicais, o I Festival Musical do Porto, ocorreu nos dias 16, 23 e 30 de Outubro, no Coliseu do Porto. O concurso esteve dividido em vários grupos: conjuntos yé-yé, típicos e folclóricos, solos, duos e trios. O yé-yé esteve representado pelos Blusões Negros, Os Flinstones, Os Jactos e Os Ringos no primeiro dia e no segundo pelos Catedráticos, Os Desconhecidos, Os Nautilus e Os Teias



De dimensões mais reduzidas, a 23 de Abril foi organizado o 1º Festival Yé-Yé de Coimbra e para 6 de Setembro foi anunciado o 1º Festival de Ritmos Modernos do Algarve onde actuariam os Xelbe-65, Os Morcegos e Os Feras

Também em Moçambique, na Beira, foi organizado pelo M.N.F. um Concurso Ié-Ié em que 7.000 espectadores encheram o Pavilhão Ferroviário para ver Os Apaches, Os Rebeldes, Mirabaia, Mistério, Os Piratas, Os Falcões, Silhuetas e os Vikings.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Os Anos Yé-Yé (1965-1966): Parte 6



O ano de 1966 começa com as quatro meias-finais do Concurso Yé-Yé do Teatro Monumental, realizadas semanalmente durante o mês de Janeiro.


 À final, realizada apenas a 30 de Abril, chegam os Os Claves, Os Rocks, Night Stars, Jets, Ekos, Chinchilas, Espaciais, os Tubarões e os Sheiks. Estes últimos, os favoritos das meias-finais, no entanto não puderam participar uma vez que já tinham um contrato para um concerto em Coimbra nesse dia... 


Quando chega a noite da final "a sala quase ia pelo ar...O entusiasmo atingiu o rubro, novos e velhos batiam palmas, os corpos ficavam possessos do ritmo electrizante...". Nas páginas das revistas dizia-se então que o "yé-yé é o rei e o twist dançado em delírio pelos mais entusiastas, que não resistem a invadir o palco. As guitarras eléctricas mal se ouvem. Já não são precisas, o ritmo toma os corpos e a mocidade lisboeta vibra a valer." São então atribuídas as qualificações finais, sendo o primeiro lugar atribuído aos Claves, o segundo aos Rocks e o terceiro aos Night Stars



Em quarto lugar ficaram os Jets, em quinto os Ekos, em sexto os Chinchilas, em sétimo os Espaciais e em 8º lugar Os Tubarões. Os resultados não foram aceites de bom grado e estiveram envoltos em diversas polémicas. Desde a escolha de Os Claves estar relacionada com influências da família de alguns membros, à classificação das bandas das colónias, atribuídas como manobra de propaganda política em plena guerra colonial e desintegração do império. A ausência dos Sheiks, que nas meias-finais foram a banda que conseguiu a maior pontuação, também deixou a desejar. Registaram as publicações da altura:

"Houve ainda um facto que considero desagradável e injusto: a atribuição do prémio instituído para a melhor música yé-yé portuguesa, atribuído aos Night Stars, de Moçambique. Para mim, seriam os Ekos a merecer essa honra, na medida em que estes apresentaram composições de bom nível e de dicção perceptível. Ao contrário, os Night Stars cantaram num português incompreensível, que mais parecia uma língua estrangeira" Luís Waddington, Conjunto Mistério

"Em minha opinião, sem desprestígio para os outros conjuntos, deveriam ser Os Rocks a ganhar. O conjunto, ainda que não possua valores excepcionais, graças ao seu vocalista, merecia ganhar " Zé Luís, Ekos

"Merecemos o prémio porque tanto instrumentalmente com vocalmente tudo esteve certo! O reportório é absolutamente actualizado com músicas que ainda não estavam à venda em Portugal!" João Ferreira da Costa, Claves

Três anos depois do Concurso tipo Shadows continuava-se a premiar as imitações…