segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Almada Negreiros e o Zip Zip (1969)

A 26 de Maio de 1969 é emitido o primeiro "Zip Zip", um programa da RTP realizado por Luís Andrade apresentado por Carlos Cruz, Raul Solnado e Fialho Gouveia. Seguindo o formato importado de talk-show este consistia em entrevistas a artistas, escritores, e não só, momentos musicais, sobretudo de intervenção, e sketches mais ou menos cómicos. Tudo gravado ao vivo, aos sábados à tarde, no Teatro Villaret, em Lisboa.

A mascote foi desenhada por Manuel Pires tal como o genérico que posteriormente foi musicado pelos Quarteto 1111 e por alguns membros do Quinteto Académico.


No referido primeiro programa o convidado especial foi Almada Negreiros. Na fotografia, à porta do Teatro Villaret.


Seria ele quem desenharia a contracapa do primeiro LP da Discos Zip Zip.

Embora o programa de televisão tenha acabado a 29 de Dezembro de 1969, a editora continuou. Foram eles que lançaram muita música de intervenção nos anos seguintes mas também algum rock. Foi o caso de alguns discos de T-Rex e dos dos portugueses Xarhanga.


domingo, 26 de fevereiro de 2017

Fluido (1970)

No final da década, separados os Sheiks, Paulo de Carvalho forma uma série de bandas. Primeiro, a Banda 4, com o antigo colega de banda Edmundo Silva. Duram pouco tempo mas chegam a gravar um EP, em 1968, que musicalmente pouco tinha a ver com os Sheiks. Estavam numa linha mais soul e psicadélica. Logo a seguir, forma os Fluido, que dão continuidade a esse psicadelismo musical. Nem uma banda nem outra teve qualquer impacto. Porque coincidem com os anos em que Paulo de Carvalho fez a tropa, os concertos devem ter sido poucos (ou nenhuns?) e, por isso, os discos passaram despercebidos. No entanto, as músicas dos Fluido voltariam a aparecer num disco de Paulo de Carvalho, editado em nome próprio, em 1970.



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

"Minuto Zero" (1967)

Não foi só no "Discorama" que se viram conjuntos portugueses. Muitos apareceram de forma regular na televisão, nos mais variados programas. Foi o caso do "Minuto Zero", de José Mensurado, onde em  Janeiro de 1967 tocaram os Sheiks, os Quinteto Académico e os Duo Ouro Negro, entre outros.


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Discorama (1967)




Em 1967 surge um programa de televisão dedicada à nova música portuguesa chamado "Discorama". Da autoria de Luís Andrade, Dinis de Abreu e Carlos Cruz e apresentado por este último, semanalmente apresentam novidades, sob a forma de "telediscos" realizados pela própria equipa do programa, entrevistas, reportagens e até debates. Com uma linguagem inédita, "dinâmica" e "ousada", como descreveram na altura referindo-se quer os ângulos quer aos aos movimentos de camara e montagem, foi graças ao "Discorama" que temos vídeos como este dos Jets, para a música "Let Me Live My Life":




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Florbela Queiroz / Sete Balas Para Selma

Poucas vezes o cinema português soube olhar para a cultura pop. António de Macedo foi dos poucos fazê-lo. Para o filme "Sete Balas para Selma" foi buscar o Quinteto Académico e Florbela Queiroz para os as sequências musicais. Pelos vistos, não correu bem.


Uma das sequências do filme. Música do Quinteto Académico e letra de Alexandre O'Neill.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Fausto "África"

Também Fausto cantou sobre África. Oriundo de Angola, onde nasceu, cresceu e onde teve os seus primeiros grupos, Os Rebeldes e os Zorbas, veio estudar para Lisboa no fim da década de 60. É nessa altura, em 1969 para ser preciso, que grava o seu primeiro disco, um EP com quatro faixas. No ano seguinte grava um LP, com músicos da Filarmónica Fraude a acompanhá-lo, que apenas é editado na Holanda provavelmente por causa de problemas com a censura.


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quarteto 1111 "Pigmentação"

Depois de vários EP's, no início de 1970 é editado o primeiro LP dos Quarteto 1111. Devido a problemas com a censura, pouco depois de ser posto à venda é retirado do mercado e destruído. No entanto, algumas das letras são publicadas na revista "Mundo da Canção" de Março desse ano, caso da "Pigmentação" e "João Nada".


 O disco seria reeditado em 2015 pela Armoniz, numa edição de luxo. Mais informações em: armoniz.org




domingo, 12 de fevereiro de 2017

sábado, 11 de fevereiro de 2017

"Mundo da Canção" - capa do primeiro número

A capa do primeiro número da "Mundo da Canção", com uma fotografia do então padre Francisco Fanhais, é explícita relativamente à linha editorial da revista. A música de intervenção foi uma constante ao longo dos vários anos de publicação. Foram entrevistados inúmeros desses cantautores e reproduzidas inúmeras letras. Compreende-se que durante anos esse espaço e destaque fosse necessário mas esse programa, no futuro, acabaria por sufocar a revista.


"Mundo da Canção" - editorial do primeiro número.

No final de 1969 surgiria uma nova revista dedicada a música pop, rock e de intervenção, tanto portuguesa como estrangeira. De nome "Mundo da Canção" esta revista do Porto, ao longo de várias anos, nas suas páginas publicar-se-iam tanto notícias como entrevistas, sobretudo a músicos portugueses, assim como artigos de opinião, coisa então rara em Portugal, e letras de músicas. Além disso a equipa da revista, dirigida por Avelino Tavares, organizaria encontros, debates e concertos. Mais tarde teria o seu espaço, a loja MC-Discoteca, editaria alguns livros e até discos. Este foi o editorial do primeiro número.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Victor Gomes (1967)

Em 1967, quatro anos depois de chegar a Portugal e cada vez mais longe das luzes da ribalta, Victor Gomes lá consegue gravar o seu primeiro disco. Intitulado "Juntos Outra Vez", neste EP de quatro faixas Victor Gomes é acompanhado pelos Siderais. Algo, ou muita coisa, tinha corrido mal com os Gatos Negros. Questões de dinheiro, dizem...O disco, musicalmente, não tem grande interesse. Rock 'n' roll já sem a garra que outrora o caracterizou e agora com influências de alguns crooners.

Curiosamente, o disco tem duas edições na altura. Uma portuguesa, na F. F. Discos, e uma espanhola, na Marfer. Anos antes, Victor Gomes teve alguma visibilidade no país vizinho por causa do filme "A Canção da Saudade" (1964) de Henrique Campos, onde contracenou com a actriz espanhola Soledad Miranda. Um filme que também teve duas versões. A espanhola, assinada por José Luís Monter, intitulou-se "Los Gatos Negros", por causa do grupo que então acompanhava Victor Gomes, os Gatos Negros.



Mais interesse que a música de Victor Gomes, tem a sua história de vida. Recomenda-se, por isso, a leitura da biografia autorizada "Victor Gomes - Juntos Outra Vez" (2014) de Ondina Pires.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Quinteto Académico (1967)

Os Quinteto Académico estreiam-se ao vivo a 9 de Setembro de 1961, nas Festas de Mont'Alto em Arganil, mas só no princípio de 1966 é que vêem editado o seu primeiro EP. Com mais de cinco anos de rodagem conseguem assim, logo à partida, demonstrar uma consistência fora do vulgar. No ano seguinte editam um segundo EP Reach Out I'll Be There que esgota em três dias. Constituídos, nesse ano de 1967, por Carlos Soeiro de Carvalho na guitarra, Adrien Marcel Ransy na bateria, José Manuel Fonseca no saxofone, clarinete e flauta, Jean Sarbib no baixo, Pedro Osório no orgão, piano e flauta e Mário Jesus no trompete, este conjunto de pop / rock com fortes influências da soul, rhythm & blues e jazz seria um dos mais prolíferos dessa segunda metade da década, gravando não só inúmeros discos como bandas-sonoras para filmes.

 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

The Kinks na imprensa portuguesa (1970)

Na década de 60 importaram-se bastantes discos dos The Kinks, sobretudo de França mas poucos foram editados cá. A saber, os singles ou EP's: "Days", "Wonderboy", "Drivin'", "Are The Village Green Preservation Society", "Shangri La" e "Lola". A imprensa também pouco ou nada lhes ligou. Seguem-se uns recortes da Mundo da Canção, n.º 3, de Fevereiro de 1970.


Um parágrafo. E uma letra:




Victor Gomes e os Gatos Negros (1967)