1967: "...agora o Ritmo é de marcha"
A abundância de 1966 não durou muito. À medida que os confrontos iam aumentando cada vez mais jovens eram mobilizados para as frentes de combate. Com números da ordem dos 150.000 por ano, 2/3 deles eram da capital. O restante 1/3 vinha do resto do país, acompanhados pela sua família, que assim viram Lisboa e o mar pela primeira vez. A Rocha de Conde de Óbidos transformou-se no "grande palco emocional dos portugueses". Foi esta realidade, aparentemente sem razões ou argumentos justificativos além do patriotismo, que trouxe à música uma consciência que noutros meios já se vinha a desenvolver.
Desde 1965 que os estudantes começavam a distribuir folhetos contra a guerra e a oposição tinha vindo a tornar-se cada vez mais forte e organizada, em Maio de 1967, foi efectuado o maior assalto em Portugal até à data, ao Banco de Portugal na Figueira da Foz, onde foram roubados 30 mil contos para financiar a Liga da Unidade e Acção Revolucionária, e em 1968 a UNESCO suspende as ajudas até que "as autoridades portuguesas renunciem a sua política de dominação cultural e de discriminação racial". Entretanto, o mesmo Papa que escreveu um livro a condenar o colonialismo, Paulo VI, visitou Fátima e as eleições desse ano de 1967 passaram despercebidas.
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