sexta-feira, 31 de maio de 2013

"Os Verdes Anos" (1960-1963): Parte 7



O outro participante do Concurso do Rei do Twist, Fernando Conde, filho do empresário Arlindo Conde, começou a cantar influenciado não pelos Shadows, como a maioria de então, mas pelo rock 'n' roll americano dos anos 50. Primeiro acompanhado pelos Las Vegas, e depois pelos Electrónicos, Fernando Conde estreia-se na festa de coroação do Rei da Rádio de 1962. No ano seguinte consegue um segundo lugar no concurso para eleição do "Rei do Twist" do Monumental. Tornava-se assim "uma estrela do Rock ‘n’ Roll em Portugal”.
 “Elegante, sempre bem vestido, com fatos apropriados (alguns brilhantes), com franja, poupa e cara de menino de coro, mas possesso duma certa expressão rocker”, segundo António Duarte no seu A Arte Eléctrica de Ser Português, Fernando Conde era o modelo acabado do Cliff Richard português, ídolo à reduzida escala nacional, de meninas colegiais com "emoções" à flor da pele e de rapazes ávidos por bailes, divertimentos e aventuras”. 

Entre 1963 e 1964 percorre o país acompanhado pelos Electrónicos, quatro rapazes com idades entre os 16 e os 19 com "aspecto de jovens saudáveis, apesar de bastante magros", segundo a Plateia, mas separa-se deles pouco depois, porque, como o próprio afirmou, "o desejo de independência é sempre peculiar aos jovens". Em 1965 junta-se aos The Satins, banda de Liverpool que se encontrava em Portugal como residente do Casino da Póvoa do Varzim e que fizera uma das primeiras partes do concerto dos The Searchers no Monumental, chegando a gravar um EP com eles. Em 1966 ainda tenta a carreira internacional, actuando em Madrid, mas a iminência do serviço militar pôs um fim à sua carreira. 


Do último participante, Nelo do Twist, pouco se sabe. Depois de se ter estreado com êxito em 1963 num espectáculo no ABC, decide abandonar o seu trabalho de vendedor de carros e enveredar numa carreira musical cantando, segundo o próprio em entrevista à Plateia, “sempre dentro da música moderna de Jazz”. Sem grande sucesso – nunca chegou a gravar - em 1965 é noticiado o seu abandono do twist para se dedicar ao fado em Madrid, uma vez que "em Portugal os artistas são como frigoríficos...Só fazem falta no Verão..."

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