sábado, 8 de abril de 2017

"A popularidade dos Beatles nunca foi grande entre nós" (Parte 4)

«De volta aos “chefes da cultura da música pop”, no final da década, tanto nos jornais como nas revistas, sobretudo nas novas, escreveu-se um pouco mais sobre a sua música. Entendia-se que depois de “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band” a pop tinha subido de nível, chegado “a um estado com o qual não se sonhava: o da arte”. Como se lia n’O Século, “agora os Beatles são músicos a sério” e comparavam-nos, inclusivamente, com Schubert. No Diário de Lisboa, com o seu jornalismo mais informado, crítico, e que em entrelinhas contornava os vigilantes como podia, salientou-se como os Beatles tinham trazido “uma nova perspectiva à música moderna”. Tanto a nível internacional como nacional, como se percebe nos discos dos Jets, dos Quarteto 1111 e da Filarmónica Fraude.

Mas por essa altura, “os quatro campeões de Liverpool” já estavam divididos entre a música,  cinema e a meditação e separados entre si. Algo que fez com que, em termos mediáticos, cada um ganhasse o seu espaço individual. A maior parte da atenção recaiu, por razões óbvias, sobre Paul McCartney, cuja estadia em Portugal serviria para propagandear o Algarve, e sobre John Lennon. Já com Yoko Ono, entre 1968 e 1969, fala-se da excentricidade do casal – chegaram a ser capa do Diário de Lisboa – assim como dos seus vanguardismo e experimentalismo, tanto na música como no cinema. Mas isso já é outra conversa, outra revolução. A décima talvez...

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Voltando ao início, conforme comentava o director comercial da Valentim de Carvalho, «os Beatles nunca tiveram grande êxito entre nós». Talvez porque não tenham vendido tanto como se esperava. Mas sobre eles escreveu-se mesmo muito. E porque já nem todos temos tempo nem paciência para folhear esses jornais, fica aqui compilado o melhor do que então se publicou. “Dear Sir or Madam, will you read this book?”»

"A popularidade dos Beatles nunca foi grande entre nós" 
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