«De volta aos “chefes da cultura da música pop”, no final
da década, tanto nos jornais como nas revistas, sobretudo nas novas,
escreveu-se um pouco mais sobre a sua música. Entendia-se que depois de “Sgt. Pepper's
Lonely Hearts Club Band” a pop tinha
subido de nível, chegado “a um estado com o qual não se sonhava: o da arte”. Como
se lia n’O Século, “agora os Beatles
são músicos a sério” e comparavam-nos, inclusivamente, com Schubert. No Diário de Lisboa, com o seu jornalismo
mais informado, crítico, e que em entrelinhas contornava os vigilantes como
podia, salientou-se como os Beatles tinham
trazido “uma nova perspectiva à música moderna”. Tanto a nível internacional
como nacional, como se percebe nos discos dos Jets, dos Quarteto 1111 e
da Filarmónica Fraude.
Mas por essa altura, “os quatro campeões de Liverpool” já
estavam divididos entre a música, cinema
e a meditação e separados entre si. Algo que fez com que, em termos mediáticos,
cada um ganhasse o seu espaço individual. A maior parte da atenção recaiu, por
razões óbvias, sobre Paul McCartney, cuja estadia em Portugal serviria para
propagandear o Algarve, e sobre John Lennon. Já com Yoko Ono, entre 1968 e
1969, fala-se da excentricidade do casal – chegaram a ser capa do Diário de Lisboa – assim como dos seus
vanguardismo e experimentalismo, tanto na música como no cinema. Mas isso já é
outra conversa, outra revolução. A décima
talvez...
*
Voltando ao início, conforme comentava o director
comercial da Valentim de Carvalho,
«os Beatles nunca tiveram grande êxito entre nós». Talvez porque não tenham
vendido tanto como se esperava. Mas sobre eles escreveu-se mesmo muito. E
porque já nem todos temos tempo nem paciência para folhear esses jornais, fica
aqui compilado o melhor do que então se publicou. “Dear Sir or Madam, will you
read this book?”»
"A
popularidade dos Beatles nunca foi grande entre nós"
in
Sem comentários:
Enviar um comentário