Embora os registos
sejam poucos, sabe-se que a "invasão britânica" foi além de Portugal
Continental. Na Madeira, num concurso para promover as bandas locais, participam
Os
Demónios Negros, Os Incríveis, Os Dinâmicos, Celso e
os Atómicos e Alberto Freitas e o seu Conjunto e
aqueles que viriam a receber o primeiro prémio - uma viagem e actuação no
continente -, o Conjunto Académico João
Paulo.
Contam os próprios, nas páginas da Plateia, que "um dos componentes - o Carlos Alberto - tinha um piano, um outro uma viola, outro ainda uma bateria. Reuniram-se e experimentaram ritmos novos de canções novas. A "coisa" não saiu desarmoniosa. Mas faltava um contrabaixo - cujo preço era aliás inacessível às bolsas dos estudantes. Resolveram então construir um contrabaixo. Semanas e semanas se aprestaram a tão delicado e difícil cometimento. Saíram-se bem. O Conjunto apresentou-se desde logo com contrabaixo e tudo, no primeiro teatro da cidade - o de Baltasar Dias, numa festa de estudantes. E daí por diante, foi um nunca mais acabar de êxitos, em que tem sobressaltado Sérgio Borges nas suas canções inglesas, francesas e italianas, Carlos Alberto e ainda Sérgio em canções a duas vozes, de ritmos moderníssimos e António Ascensão em curiosíssimas imitações, em que é exímio. Os restantes elementos são João Paulo (piano), Bruno (contrabaixo), Rui Brazão (viola) e João Gualberto (bateria)."
É com esta formação que o Conjunto Académico João Paulo se estreia no continente, a 13 de Setembro de 1964, no Teatro Monumental.Com intuito de estudar, depois deste concerto, passam a residir em Lisboa, conseguindo assim construir a sua carreira. Nesse ano de 1964 gravam o seu primeiro EP, com um alinhamento composto unicamente por versões e no ano seguinte gravam mais dois EP’s que, além das habituais versões, já incluem dois originais da qual se destaca o que foi o seu maior êxito Hully Gully do Montanhês, cujas vendas ultrapassaram as 10.000 cópias.
A 30 de Novembro de 1965, após o exame no Sindicato dos Músicos, tornam-se um conjunto profissional. Eram então formados por Sérgio Borges como vocalista, Carlos Alberto Gomes na guitarra solo, Rui Brazão na guitarra ritmo, Ângelo Moura no baixo, João Agrela nas teclas e José Gualberto na bateria. É também nesse ano de 1965 que fazem a primeira digressão por Angola e Moçambique. No ano seguinte editam o LP supostamente "ao vivo"- na realidade é uma compilação de gravações anteriores a qual foram adicionadas palmas - e mais dois EP’s onde constam um cada vez maior número de músicas originais. Entretanto, Sérgio Borges fica em segundo lugar no Grande Prémio da Canção.
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