sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

' A Invasão Britânica' (1964): Parte 3



Formados em 1963 por alunos do liceu Pedro Nunes e vizinhos em Campo de Ourique, os Ekos – nome dado a partir das guitarras que usavam, Eko - eram constituídos por Edmundo Falé, como vocalista, Mário Guia na bateria, António Joaquim Vieira no baixo, Joca Santos na guitarra ritmo e João Camilo Júnior, guitarra solo. Ganhando nome no circuito de bailes e festas de liceu, no ano seguinte são convidados para conjunto residente da boîte Sete e Meio em Albufeira. É lá que conhecem Cliff Richard, que os aconselha a cantar em português, algo que se reflectiria na entrada de Zé Luís para a banda.
De volta a Lisboa actuam no Passatempo Juvenil de Júlio Isidro, gravam para o programa de rádio 23ª Hora e ficam em primeiro lugar no Top Grande Prémio do Disco. Entretanto Edmundo Falé sai para o Conjunto Mistério e os Ekos gravam o primeiro EP, com a música que os tornaria conhecidos, Esquece, uma versão portuguesa da Hold Me de P.J. Proby. O disco só sai em 1965, ano em que fazem a primeira parte dos The Searchers e em que tocam, com os Sheiks e os Deltons, num espectáculo organizado pelo Duo Ouro Negro no Coliseu de Lisboa. 

(retirado guedelhudos.blogspot.com)
Gravam mais um disco mas é só com o terceiro EP que conseguem êxito com uma composição original, de Mário Guia. A primeira edição desse disco esgota-se em menos de um mês e gravam logo de seguida o quarto disco, ainda antes de Joca Santos ser mobilizado para a Guiné para cumprir o serviço militar, e ser substituído por Tony Costa no órgão. Nesta altura os Ekos já tinham na sua formação, como substitutos, Eddy Frois, no baixo, e Luís Paulino como vocalista.
(retirado de underrreview.blogspot.com)
1967 foi o ano da colaboração com a Magdalena Pinto Bastos e em que, devido às incorporações e constantes alterações da formação, os Ekos começam a perder nome. Nos dois anos que se seguem, a actividade do grupo é quase nula e somente, em 1970, depois de cumprirem o serviço militar, é que alguns dos membros originais voltam a juntar-se. Gravam então o seu sexto e último disco, com uma formação constituída por, novamente, Joca Santos, António Vieira e Zé Luís, e para a qual entram Hélder e Franklin Simões. Com uma secção de metais, demonstram uma maior maturidade em termos musicais, assim como uma maior abrangência em termos de influências. Também a nível das letras há um maior cuidado e uma preocupação, como se pode ouvir em Habitat 736 onde versam sobre a situação vivida em terreno de guerra. No entanto, acabam pouco depois...

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