Apesar de o número
de conjuntos ser cada vez maior e com sucesso ao vivo mais que comprovado, as
editoras discográficas continuavam a apostar unicamente em valores seguros. Mais
conscientes do potencial económico desta faixa etária e dos novos géneros musicais,
alguns empresários do mundo do espectáculo começam a organizar por todo o país festivais
semelhantes aos que já se tinha assistido em Lisboa e Porto. Surgem assim
oportunidades para as novas bandas poderem tocar ao vivo e saírem dos circuitos
das feiras e arraiais. Em Maio de 1964 realiza-se o Festival de Ritmos Modernos de Braga e em Julho um festival no
Palácio de Cristal, no Porto. É também em 1964 que Françoise Hardy se
apresenta ao vivo no Teatro Monumental, Lisboa, num concerto em que 25 minutos
após ter começado a plateia foi dispersa pela Polícia. No dia seguinte
apresenta-se como no Porto, num concerto para um Coliseu esgotado, e em que, segundo
a Plateia, não houve playback…A 14 de Março, foi a vez de Sylvie Vartan estrear-se nas duas cidades.
Mas,
apesar de tudo, para os portugueses, música continua a ser o fado, a balada e o
nacional cançonetismo. 1964 é o ano da primeira participação de Portugal no
Concurso Eurovisão da Canção, representado pelo muito aplaudido António Calvário. Por muito mérito e
adeptos que o twist tivesse, a rádio e a televisão não lhe prestavam
qualquer atenção. É então em revistas como a Plateia, Flama,
Rádio & Televisão e Álbum da Canção que as bandas
começam a encontrar um espaço e os fãs uma forma de comunicar com os seus
ídolos. Notícias, entrevistas, cartas abertas, fotografias e letras de músicas
começam a tornar-se regulares nas páginas dessas revistas. Os concursos de
votação nos melhores cantores e grupos que possibilitam uma interacção.
Programas de rádio como Ouvindo as
Estrelas, Enquanto for
Bom Dia complementam tudo isto...
Estive nesse concerto no Monumental ... bons tempos
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