sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

' A Invasão Britânica' (1964): Parte 6



Apesar de o número de conjuntos ser cada vez maior e com sucesso ao vivo mais que comprovado, as editoras discográficas continuavam a apostar unicamente em valores seguros. Mais conscientes do potencial económico desta faixa etária e dos novos géneros musicais, alguns empresários do mundo do espectáculo começam a organizar por todo o país festivais semelhantes aos que já se tinha assistido em Lisboa e Porto. Surgem assim oportunidades para as novas bandas poderem tocar ao vivo e saírem dos circuitos das feiras e arraiais. Em Maio de 1964 realiza-se o Festival de Ritmos Modernos de Braga e em Julho um festival no Palácio de Cristal, no Porto. É também em 1964 que Françoise Hardy se apresenta ao vivo no Teatro Monumental, Lisboa, num concerto em que 25 minutos após ter começado a plateia foi dispersa pela Polícia. No dia seguinte apresenta-se como no Porto, num concerto para um Coliseu esgotado, e em que, segundo a Plateia, não houve playbackA 14 de Março, foi a vez de Sylvie Vartan estrear-se nas duas cidades.

Mas, apesar de tudo, para os portugueses, música continua a ser o fado, a balada e o nacional cançonetismo. 1964 é o ano da primeira participação de Portugal no Concurso Eurovisão da Canção, representado pelo muito aplaudido António Calvário. Por muito mérito e adeptos que o twist tivesse, a rádio e a televisão não lhe prestavam qualquer atenção. É então em revistas como a Plateia, Flama, Rádio & Televisão e Álbum da Canção que as bandas começam a encontrar um espaço e os fãs uma forma de comunicar com os seus ídolos. Notícias, entrevistas, cartas abertas, fotografias e letras de músicas começam a tornar-se regulares nas páginas dessas revistas. Os concursos de votação nos melhores cantores e grupos que possibilitam uma interacção. Programas de rádio como Ouvindo as Estrelas, Enquanto for Bom Dia complementam tudo isto...

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