Introdução
É logo em 1955, com a estreia de Sementes de Violência (Blackboard Jungle, 1955)
de Richard Brooks, que se ouve, pela primeira vez, rock ‘n’ roll em Portugal. O
Ritmo do Século (Rock Around The Clock, 1956), Uma
Rapariga com Sorte (The Girl Can't Help It, 1956),
Rock,
Rock, Rock (1956) seriam os seguintes nessa
invasão americana que traria a um país isolado do mundo música actual, feita
por e para jovens. Nas imagens à
qual o rock ‘n’ roll servia de
banda-sonora, viam-se danças, penteados, roupas, expressões, comportamentos que
logo se começa a imitar, experimentando o que se tinha ao alcance. Assim, tal como o que se via no ecrã, jovens começam a tocar viola, imitam os penteados, improvisam roupas, e recorrendo a jukeboxes, colocadas em bares e
colectividades, ouve e dançam os novos ritmos vindo da América. No final da
década de 50 existia então, e finalmente, rock
‘n’ roll em Portugal.
É precisamente
nesta altura que são feitas as primeiras gravações. Dividido em duas vertentes, por um lado assiste-se à adaptação do rock 'n' roll como um novo ritmo, inserido numa vertente mais jazzística, executada por orquestras de
casino e conjuntos do Parque Mayer - é dentro deste registo que Shegundo Galarza e seu Conjunto grava “Rock 'n'
Roll (Ritmo com Teclas)” e Conjunto
Jorge Machado “Rock 'n' Roll Rag”, ambos para a Discos Estoril -; por outro surgem aqueles que absorvem a música
como parte de uma cultura, que a vivem como forma de afirmação e tomada de
posição. É o caso de Joaquim Costa e os
Rapazes da Estrela, que assinam a primeira gravação de rock ‘n’ roll feita em Portugal, datada de 1959, ainda que apenas
em acetato e sem edição comercial; de Alfredo
Laranjinha, que também grava um
acetato nesse final de década, acompanhado por Luís Waddington do recém-formado Conjunto Nova Onda; e da Zurita
de Oliveira que grava, esta sim, comercialmente, O Bonitão do Rock, uma música de contornos rock ‘n’ roll que tem a particularidade de ser da sua própria autoria.
No entanto, passa despercebida. O seu terreno era outro, o fado...
Boa, companheiro! Excelente contribuição para a história do rock em Portugal. Espero que te mantenhas nesta senda...
ResponderEliminarEm relação a este texto, que é um bom princípio, tenho sobretudo duas dúvidas "filosóficas".
Em primeiro lugar, considero o Joaquim Costa uma invenção de agora! Só não classifico como "fraude", porque é uma palavra muito forte.
Se falares com protagonistas da época (e eu falei), ninguém sabe quem é ou quem foi esse Joaquim Costa.
Enfim, um tema polémico e não definitivo (parece-me...) como resulta deste teu primeiro texto.
Em segundo lugar, mas isso é mais matéria de opinião, não creio que as canções que apontas possam ser classificadas de rock and roll, a não ser que o termo está no título da canção.
Já ouviste bem a canção de Zurita de Oliveira? Achas mesmo que aquilo é rock?
Abraço, parabéns pela iniciativa e cá espero pelo resto!
LPA