terça-feira, 12 de abril de 2011

“Ritmos Modernos da Nova Vaga: o rock em Portugal na década de 60” – Parte 18

Por melhores condições de vida e, a partir desta altura, sobretudo por causa da guerra colonial, cada vez mais jovens emigraram de Portugal, "a salto" se necessário. Outros começavam a voltar das colónias, já homens, despedaçados ou mortos.

Em 1965, um ano depois de ter formado a Frente Portuguesa de Libertação Nacional, Humberto Delgado foi assassinado numa cilada na fronteira entre Portugal e Espanha. Nesse mesmo ano foram presos os principais activistas das associações académicas, e em Outubro publicado o Manifesto dos 101 Católicos, contra a cumplicidade entre o Estado e a Igreja Católica e a política colonial, assinado por Sophia de Mello Breyner Andresen, Francisco Sousa Tavares, João Bénard da Costa e Nuno Teotónio Pereira, entre outros.


1965 foi também o ano da mini-saia e das meias de vidro, do estilo Saint Tropez de Brigitte Bardot e Sylvie Vartan e de Carnaby Street. Em Portugal, havia a Porfírios, os cigarros Kart e carros como Austin Mini, Spring 850 ou o Renault R8.

Apesar do sonho de aparecerem na televisão, que neste ano emitiu uma edição especial do programa Ritmos
, como esta mostrava pouco ou nada do que a camada mais jovem queria ver, foi a rádio que ganhou cada vez mais força. Deu-se uma "invasão de pequenos receptores e transístores para ouvirem música" e programas como "23ª Hora" e, mais tarde, o "Em Órbita" e o "A Noite é Nossa" dedicavam o seu espaço a novidades musicais. Também fora de Portugal a Rádio Dakar, a Emissora Provincial da Guiné e a Rádio Clube de Cabo Verde abriam espaços para os mais jovens.



Sem comentários:

Enviar um comentário