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sábado, 19 de abril de 2014

Os Anos Yé-Yé (1965-1966): Parte 8



Se o concurso do Monumental deu a conhecer ao país quase uma centena de conjuntos que na sua maioria eram praticamente desconhecidos para além das suas localidades, houve muitas outras que não concorreram mas que chegaram as páginas das revistas. 

 Foi o caso dos Deltons de Lisboa, Os Corsários de Viseu, Conjunto Rearte da Ilha Terceira, Os Elans de Chaves, Os Dardos do Barreiro, Os Infernais de Faro, Os Falcões de Almada, Os Harlem da Régua, Os Dinâmicos do Funchal, Os Flechas, Os Neutrões de Lisboa, os Pop´s de Coimbra, Os Lynces, de Vieira de Leiria, Os Fífias dos Açores, os Telfam da Sertã, os Dundees do Cacém, The Leaders, os G.B.4, Ibéria, entre outros dos quais há a destacar as Pops um conjunto feminino, algo raro, ou mesmo único, na altura.

sábado, 4 de janeiro de 2014

' A Invasão Britânica' (1964): Parte 2


Os Sheiks tiveram origem nos Windsors, um conjunto da Alameda D. Afonso Henriques, Lisboa, pouco depois de estes conhecerem Paulo de Carvalho. Formados por Carlos Mendes na guitarra ritmo, Paulo de Carvalho na bateria, Jorge Barreto no baixo e Chaby Miranda na guitarra solo, decidem então mudar o nome do conjunto. Já com uma atenção, pouco comum na altura, para o marketing, recorda Paulo de Carvalho, que se juntaram “num café na Avenida Guerra Junqueiro, o Copacabana, e cada um trouxe vários nomes. Qual era a ideia? Um nome pequeno, com primeira sílaba acentuada, e que pudesse ser lido aqui e no estrangeiro. Por isso, de entre vários nomes escolhe[ram] Sheiks". Entretanto sai Jorge Barreto e entra Edmundo Silva, vindo do Conjunto Mistério e levando o grupo mais a sério, decidem arranjar um técnico de som, Henrique Graça, e um manager, Rui César Simões.

Com o primeiro EP, editado em 1965, a chegar ao terceiro lugar do top de vendas e um contrato como banda residente da boîte O Tosco, os Sheiks começam a ser convidados regularmente para animar festas e bailes em faculdades, assim como festas particulares. Seguem-se aparições na televisão e revistas e o lançamento de inúmeros EP’s. Entre 1965 e 1966, como António Duarte no seu A Arte Eléctrica de Ser Português constata, pode dizer-se que se vivia uma sheiks-mania. 


Atingindo proporções internacionais, os Sheiks viram nesses mesmos anos os seus discos serem editados em Inglaterra, Brasil, Espanha e França e em 1966 são contratados para substituir os Troggs, como banda residente do Bilboquet, um clube de jazz parisiense com boîte no piso inferior. Deste período em Paris fica um registo discográfico e um convite, que não puderam aceitar, para voltar para um concerto no Olympia e aparições na televisão. 

Regressam a Portugal e Carlos Mendes é substituído por Fernando Tordo, dos Deltons e entra Luís Moutinho, dos Farras para substituir Paulo de Carvalho. Este, que sempre foi mais dado à música negra norte-americana e à bossa-nova, vertentes que nunca pôde desenvolver nos Sheiks porque, como o próprio diz, "perdia sempre 3 a 1", junta-se então aos Thilo’s Combo. Pouco depois, na altura em que cumpre o Serviço Militar, forma a Banda 4 e depois os Fluído, onde explora vertentes mais psicadélicas.  
(retirado de osreisdoyeye.blogspot.com)

A partir de 1970 opta por uma carreira a solo, explorando também outras áreas artísticas. Os restantes membros prosseguem igualmente carreiras a solo. 

Os Sheiks voltam, no entanto, a juntar-se em 1979, altura em que editam dois LP’s, Pintados de Fresco e Com Cobertura. Separam-se mais uma vez mas durante as décadas seguintes juntam-se ocasionalmente culminando, em 2008, num espectáculo teatral onde, de uma forma humorística, recontam as histórias da banda nos anos 60, intercalando com músicas de então.